sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sérgio Mattos esclarece a evolução tecnológica e o jornalismo

“A comunicação humana já atravessou três ‘mediamorfoses’, e de acordo com pesquisadores, marcadas pelo aparecimento da fala, da escrita e da linguagem digital”. É com essa visão que Sérgio Mattos, professor doutor em comunicação pela Universidade do Texas e coordenador do curso de jornalismo da Faculdade da Cidade do Salvador e da Faculdade de Tecnologia (FTC), vê a evolução da comunicação junto com o aparecimento da internet.

Para Mattos, a fala resolveu inúmeros problemas de entendimento, permitiu a formação de grupos sociais, e desenvolveu formas de difusão oral de informação. A escrita permitiu o registro do oral, a portabilidade documental, a impressão mecânica, e o desenvolvimento dos mass media.


Por último, ele destaca a linguagem digital. “A comunicação digital nos permite, hoje, a comunicação entre máquinas, mediando a comunicação entre os seres humanos. Estamos apenas numa fase muito primária em relação a tudo o que este novo tipo de comunicação pode potenciar”, afirma o professor.

O nascimento da Tv provocou uma crise nos meios de produção radiofônicos. Todos queriam saber o que ia acontecer com o rádio e os mais radicais decretaram o seu fim. “Atualmente, vivemos uma nova crise nos meios de comunicação. E esta se deve ao surgimento da internet”, explica o professor, que salienta: “O jornalismo on-line desencadeou uma grande crise nos meios jornalísticos tradicionais. Muitos também decretaram o fim da mídia impressa”.

O tradicional jornalismo gráfico mudou: cedeu espaço das matérias informativas e consistentes para os atrativos visuais e a linguagem jornalística instantânea. Mas é preciso ter cuidado, segundo Sérgio Mattos. “Os riscos são grandes, pois pode banalizar a profissão. Mas a função de jornalista permanece como o profissional que trabalha com conteúdo”, adverte.

ÉTICA

Sérgio Mattos faz questão de salientar sobre a ética na hora de obter as informações. “O compromisso profissional é que vai fazer a diferença, pois toda e qualquer pessoa pode se arriscar a fazer ‘jornalismo’, mas a conseqüência será o fornecimento de informações muitas vezes não confiáveis e sem compromisso nenhum com a ética”, esclarece.

“Cabe a academia (ensino superior) o desenvolvimento de uma linguagem própria para a web, promovendo pesquisas nesse sentido e desenvolvendo modelos econômicos que permitam viabilizar a informação na web”, acredita o estudante de jornalismo Egberto Siqueira.

Para Leidna Santos, também estudante de jornalismo, não restam dúvidas que a “consolidação do jornalismo on-line vai alterar, como já está alterando, os aspectos de produção, redação, edição e publicação da notícia, circulação, audiência e a relação com receptores”.

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